domingo, 28 de maio de 2017

(Este Mundo é um Hospício (Arsenic and Old Lace, Frank Capra, EUA, 1944)): (“O MUNDO E SUA LOUCURA LÓGICA E ILÓGICA”)

(Este Mundo é um Hospício (Arsenic and Old Lace, Frank Capra, EUA, 1944)):











(“O MUNDO E SUA LOUCURA LÓGICA E ILÓGICA”):







(CRÍTICA POR RAFAEL VESPASIANO):



“Este Mundo é um Hospício, é a comédia mais maluca do genial Frank Capra. Uma absoluta screwball comedy, para usar o termo que definia o tipo de filme que dava mais importância ao riso, que à racionalidade e à verossimilhança, o que é a tônica deste filme.



O filme foi lançado em 1944, ano ainda em que se desenrolava a Segunda Guerra Mundial. Entre 1941 e 1945, Capra se dedicou a filmes do esforço de guerra, filmes a serviço do país que havia adotado. Durante a guerra, Capra foi um dos produtores e diretores da série de documentários Why We Fight – e o título do filme, Por que lutamos, já explica tudo –, e dos longas Tunisian Victory, The Negro Soldier e Know Your Enemy: Japan, entre outros. Para um humanista cheio de fé nas pessoas, ou seja, um sonhador ‘idealista’, mas realista em sua ironia, deve ter sido seguramente um período enlouquecedor, aqueles anos na mais trágica das guerras, até então. No meio de tanta insanidade, só mesmo abandonando qualquer lógica, assim partindo para a mais screwball de todas as comédias. Capra levou apenas quatro semanas para fazer o filme.
Apesar d´Este mundo é um hospício tenha sido lançado apenas em 1944, na verdade o filme foi rodado em 1941, logo antes de Capra passar a se dedicar em tempo integral ao esforço de guerra. A obra de Capra foi filmada em tempo recorde, em apenas quatro semanas, em um único cenário – uma casa ampla no Brooklyn, onde moram as duas irmãs Brewster, Martha e Abby (Jean Adair e Josephine Hull), duas senhoritas solteironas respeitadas por todo mundo no bairro, e seu irmão visivelmente doido de pedra, que se acha o presidente Teddy Roosevelt (John Alexander). Do lado de fora da casa, pode-se ver um antiquíssimo cemitério e, ao fundo, o horizonte de Manhattan, atrás da Ponte do Brooklyn.




O velho e bom teatro: numa metalinguagem interdiscursiva entre Teatro, crítica teatral, cinema e processo de criação artística tudo apresentado apressadamente e loucamente no roteiro do filme. Arsenic and Old Lace, peça de autoria de Joseph Kesselring.
Cary Grant está absolutamente solto, escrachado; e, Cary Grant está tão ou mais solto quanto nas screwball comedies de Hawks. Esbugalha os olhos. Curva-se – fica encurvado para poder baixar sua cabeça até a altura dos rostos de Martha e Abby, as tias de seu personagem, Mortimer Brewster. Corre de um lado para outro na grande sala da casa das tias.



Já as duas atrizes que fazem as graciosas senhoritaas Martha e Abby, Jean Adair e Josephine Hull, respectivamente, ao contrário, atuam de maneira suave, contida, num contraponto delicioso com a expansividade caricata e louca de Cary Grant-Mortimer Brewster. Volta e meia elas comentam entre si que estão achando Mortimer estranho. Funciona tão bem esse contraponto das velhinhas loucas serenas com o sobrinho teoricamente são de olhos esbugalhados e gestos enlouquecidos.

É tudo absolutamente hilariante e divertidíssimo. ” 






Nenhum comentário:

Postar um comentário